segunda-feira, 28 de março de 2011

Mudar o rumo de Portugal começa na nossa casa.

Pois é, vai saír um posto pouco Vienense mas tem de ser... Isto vem-me a propósito das notícias que chegam todos os dias de Portugal e de um excelente livro que estou a ler: “Battle Hymn of the Tiger Mother”, lançado em Janeiro deste ano pela professora de Yale, Amy Chua.
Ainda estou no início, mas com muita curiosidade de avançar. O livro fala sobre a educação rigorosíssima que os pais chineses dão aos seus filhos. Nada a ver com a educação que “nós” os Tugas damos aos nossos filhos. Não sou 100% apologista das regras ditadas por esta senhora oriental mas, entre dois extremos, acredito que as premissas dela façam mais bem do que mal ao passo que penso que em Portugal fazemos mais mal que bem.
No nosso país abundam os teóricos de trazer por casa tipo Daniel Sampaio com teses de que as escolas devem educar e incutir valores nas crianças. A educação é em casa. Não dar educação e esperar que a escola o faça é o caminho certo para a desgraça.
Penso que estes teóricos estão por detrás da nossa politica de ensino. É uma política de igualdade sem consequência. É uma política pela negativa dado que creio que se passa a maioria do tempo a tratar dos maus e mal comportados(a esmagadora maioria das vezes sem efeito). Até é socialmente bonito, o problema é que não sobra tempo para diferenciar pela positiva, para dar o exemplo dos bons.
A escola é para ensinar. Ensinar que a vida não é só facilidades, que apenas participar não dá direito a prémio, para mostrar que quem aprende tem successo e quem não aprende não tem. Não sobra tempo para regras e valores ou para corrigir lapsos de educação não cobertos pelos papás. 
Em Viena, os condutores sabem que se conduzirem a mais de 50km/h na cidade podem levar uma multa. Gostam tanto de cumprir como nós, aí não há diferença. A diferença é que eles sabem mais de regras que nós e, veja-se, cumprem-nas. E sabem se forem apanhados a 55km/h vão pagar multa... e não refilam!
As regras e os valores têm de vir de casa. Lembro-me de um dia falar mal de um professor à minha mãe. Levei um raspanete daqueles à antiga e fiquei furioso com f. Hoje sei que não interessava se o professor tinha razão ou não, o importante era saber respeitar e valorizar a autoridade. Esse era o valor maior.
Acho também que os professores devem ser respeitados. Naturalmente, devem também fazer por merecer serem respeitados. E devem ser avaliados.
Agora vou voltar para as escritas da “Tiger Mother”.

segunda-feira, 7 de março de 2011

Tenho de ir dormir cedo, amanhã vem o electricista

Parece estranho mas não é. Marquei a vinda do electricista para as 7h30 da manhã. Como tal, sei que o mais tardar 7h33 vão tocar à porta. Dito e feito! Já me tinha acontecido algumas vezes e desta vez, na passada quinta-feira, não falhou.
Dá mesmo jeito poder marcar estas pequenas intervenções caseiras para a hora em que se está a tomar banho ou a preparar o pequeno almoço. Principalmente nas semanas em que estou cá sozinho. Resultado: cheguei ao trabalho um quarto de hora mais cedo do que o habitual.
Em Portugal o filme é um pouco diferente: “Então a que horas podem cá vir? ... Entre a 9h00 e as 12h00...”. Depois é o fadinho do costume... Lá para o meio dia e meio ligo para ver o que se passa e o homem está a caminho de outro cliente na Brandoa. Às 14h00 está  o homem a ligar a perguntar onde é que fica a minha morada porque está perdido. 
E tudo isto é quando corre “bem”.

domingo, 6 de março de 2011

O famoso e deveras irritante Opernball

Vienna é famosa por muitas coisas e uma delas é pela época dos bailes (de fraque e vestido comprido, e tudo e tudo e tudo). 
Nada tinha contra esta tradição muito “nobre” Vienense. Viena é muito dada à nobreza e ás riquezas do passado, e os Vienenses são por norma muito cagarolas. Bem, nada tinha contra os bailes até ao dia do famigerado Opernball. Por causa do mui nobre evento deram-me cabo do acesso a casa. Naturalmente, a longa carpete vermelha implica um grandioso aparato policial (ainda mais grandioso em Viena, pois a densidade populacional de wannabies é bem alta por estas bandas). Posto isto, o pandemónio de transito causado foi infernal (como não cabem todos os wannabies lá dentro, os outros devem querer ficar por perto, para cheirar os perfumes dos mais “afortunados”).  Enfim, demorei 40 minutos para um trajeto de 5 minutos).
Também penso que os altos impostos que me cobram devem ser para pagar as dezenas e dezenas de polícias a guardar a passadeira vermelha e a desviar o trânsito para artérias menos colunáveis.
Já agora, só os bilhetes para poder lá ir custam cerca de 350 Euros por pessoa. Isto só para poder lá estar... sem jantar nem custo da necessária indumentária. Tudo para dizer que lá esteve e para ter uma oportunidade de aparecer na TV.
Há uns tempos atrás aconteceu-me o mesmo, por via de um comício do partido comunista local (fiquei a saber que também há comunistas no país do Jörg Haider). Penso que não eram os mesmos que estavam desta vez no Opernball. Acho que da direita à esquerda, ninguém perde uma boa oportunidade de me cortar o caminho para casa... E eu estou lá para ajudar a pagar o policiamento.
É bom viver no centro da cidade, mas estas pequenas coisas dão-me cá uma azia! Todos têm direito a ter as suas lutas ou os seus prazeres, eu quero apenas chegar a casa.
Para satisfação da Carla, e tristeza minha, quando chegámos a casa a ORF estava a transmitir o Opernball.
Para satisfação minha, e tristeza da Carla, a época deste ano está no final e não fomos a baile nenhum!